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- Texto: Os filhos do quarto - Cassiana Tardivo
Posted by : Edilsa Oliveira
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
OS FILHOS DO QUARTO!
Antes perdíamos filhos nos rios, nos matos, nos mares,
hoje temos perdido eles dentro do quarto!
Quando brincavam nos quintais ouvíamos suas vozes, escutávamos
suas fantasias e ao ouvi-los,
mesmo a distância, sabíamos o que se passava em suas mentes.
Quando entravam em casa não existia uma TV em cada quarto, nem
dispositivos eletrônicos em suas mãos.
Hoje não escutamos suas vozes, não ouvimos seus pensamentos e
fantasias,
as crianças estão ali, dentro de seus quartos,
e por isso pensamos estarem em segurança. Quanta imaturidade a nossa.
Agora ficam com seus fones de ouvido, trancados em seus mundos,
construindo seus saberes sem que saibamos o que é...
Perdem literalmente a vida, ainda vivos em corpos, mas mortos em
seus relacionamentos com seus pais,
fechados num mundo global de tanta informação e estímulos,
de modismos passageiros, que em nada contribuem para formação de crianças
seguras e fortes para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus
valores familiares.
Dentro de seus quartos perdemos os filhos pois não sabem nem
mais quem são ou o que pensam suas famílias,
já estão mortos de sua identidade familiar...
Se tornam uma mistura de tudo aquilo pelo qual eles tem sido influenciados e
pais nem sempre já sabem o que seus filhos são.
Você hoje pode ler esse texto e amar, mandar para os amigos.
Pode enxergar nele verdades e refletir. Tudo isso será excelente.
Mas como Psicopedagoga tenho visto tantas famílias doentes com
filhos mortos dentro do quarto,
então faço você um convite e, por favor aceite !
Convido você a tirar seu filho do quarto, do tablet, do celular,
do computador, do fone de ouvido, convido você a comprar jogos de mesa,
tabuleiros e ter filhos na sala,
ao seu lado por no mínimo 2 dias estabelecidos na sua semana a noite (além do
sábado e domingo).
E jogue, divirta-se com eles, escute as vozes, as falas, os pensamentos e tenha
a grande oportunidades de tê-los vivos, "dando trabalho" e que eles
aprendam a viver em família, se sintam pertencentes no lar para que não
precisem se aventurar nessas brincadeiras malucas para se sentirem alguém ou
terem um pouco de adrenalina que antes tinham com as brincadeiras no quintal
!"
Cassiana Tardivo